16 julho, 2008

Indicações Musicoliterárias


Estamos comemorando os 50 anos da Bossa Nova. É possível que todos tenham conhecimento do fato, que considero de grande relevância, por várias razões, as quais não nominarei, senão dizer da mais simples de todas: sou fã. Na Flip (Feira Literária Internacional de Paraty) deste ano, uma das mesas foi dedicada ao assunto, composta por um de seus fundadores, Carlos Lyra, que nos brindou com histórias deliciosas de uma época que não se vive mais, e que há muito deixa saudade. Estarei, nos próximos dias, indicando obras relacionadas com a Bossa Nova, desde nomes daqui quanto de bem longe destas plagas, como forma de compartilhar a música brasileira.

O primeiro disco que trago ao blog foi gravado em apenas dois dias: 27 e 28 de agosto de 1962, na cidade de New York, e tem o selo Verve. Isto não significa, ou seja, a gravação em dois dias que o trabalho foi descuidado, ao contrário, muito bem arranjado e tocado por um time de primeira. Refiro-me ao "Big Band Bossa Nova", de Stan Getz. Razões desfilam para comprovar a riqueza do disco. Os arranjos são de Gary McFarland, um dos mais significativos para as orquestras de jazz nos anos 60, que tem parte de sua discografia relacionada ao "latin jazz" e ao "samba". Outra questão a se levar em consideração é o repertório: "Manhã de Carnaval", "Samba de Uma Nota Só", "Bim Bom" e "Chega de Saudade" são nossas conhecidas, mas a maneira como são conduzidas, não; ficaram fantásticas, e não pensem se tratar de um exagero. Há ainda as músicas do próprio Gary McFarland: "Balanço no Samba", inspirado no filme "Orfeu Negro"; "Entre Amigos", que tem uma maravilhosa entrada; "Melancolico"; e "Noite Triste". Importado, mas vale conferir.

Músicos: Stan Getz (tenor saxophone); Gary McFarland (conductor); Doc Severisen, Bernie Glow, Joe Ferrante, Clark Terry, Nick Travis (trumpet); Ray Alonge (French horn); Tony Studd, Bob Brookmeyer, Willie Dennis (trombone); Ray Beckenstein (flute, clarinet); Gerald Sanfino (flute); Eddie Caine (alto flute); Babe Clark, Walt Levinsky (clarinet); Romeo Penque (bass clarinet); Hank Jones (piano); Jim Hall (guitar); Tommy Williams (bass); Johnny Rae (drums); Jose Paulo (tambourine); Carmen Costa (cabassa).


Esteja dito.
Mendes Júnior

Um comentário:

Anônimo disse...

A Bossa Nova está presente na vida das pessoas de várias maneiras; letras de músicas, compositores, cantores e artistas que marcaram uma época. Na minha cabeça a Bossa Nova está em cada canto do Rio de Janeiro, no cheiro da marísia, nos bares cheios de fotos na parede e na nostalgia do lugar. Acho encantador sentir saudade de algo que não vivi. Ana Paula ( Palila )