Uma confissão: sou fã do Herbie Hancock! Mas quem é Herbie Hancock? - perguntar-me-ia um frentista amigo. Bem, Herbert Jeffrey Hancock, nascido em Chicago - por assim dizer - foi popular a partir da segunda metade do século passado por suas façanhas no piano e, obviamente, por ter lugar como compositor no quinteto do grandioso Miles Davis. Passeou pelo hard bop, modal, free, jazz-rock, jazz-funk, fusion a até pela música brasileira. No entanto começou a tocar piano baseando-se nos repertórios de Chopin e Mendelssohn, mas isto quando jovem ainda; depois despertou sua atenção para o jazz e, portanto, acabou sendo bastante influenciado por outro pianista: Bill Evans. Até então, Hancock não se interessava por improvisos, mas tal situação foi se modificando e ele começou a exibir uma personalidade própria, cheia de nuanças.
É interessante observar que, mesmo com um talento indiscutível, faz-se necessário estar na hora certa e no local adequado, e foi justo o que aconteceu a Hancock no final de 1960, quando foi convocado às pressas para substituir Duke Pearson (autor de Prairie Dog) no quinteto do trompetista Donald Byrd durante uma turnê. Pronto, as portas estavam abertas, e Hancock acabou gravando seu álbum de estréia: Takin' Off, pelo selo Blue Note, em 1962, com apenas 22 anos de idade. Quem fez parte deste disco? O saxofonista Dexter Gordon, o trompetista Freddie Hubbard, além de Billy Higgins e Butch Warren. A partir do segundo álbum, My Point of View, foi parar no Miles Davis Quintet (Seven Steps to Heaven, Nefertiti, In a Silent Way, A Tribute to Jack Johnson etc). Hancock ainda provou da sétima arte: Round Midnight (1986).
Mas aquilo que realmente gostaria de dizer neste curto texto é que Herbie Hancock, para a felicidade dos amantes do jazz, acaba de lançar pela Verve um novo álbum, chamado River: The Joni Letters, e o disco é muito bom! É natural o receio quando se depara com as participações desta homenagem à antiga parceira de Hancock, tais como Norah Jones, Tina Tuner, Corinne Bailey e Luciana Souza, mas o preconceito logo se vai com as faixas Court and Spark, Edith and the Kingpin, River e Tea Leaf Prophecy, esta com a encantadora Joni Mitchell. Os músicos que completam a obra são Dave Holland (bass), Wayne Shorter (soprano e tenor saxophone), Vinnie Colaiuta (drums) e Lionel Loueke (guitar).
Por fim, revelo que gosto muito do álbum The New Standard, também gravado pelo selo Verve, em 1995, mas ficará para uma próxima conversa.
Esteja dito.
Mendes Júnior.
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