Chet Baker
Nesta sexta-feira angustiante, pelo menos em parte, e para mim, concluo que nada melhor do que uma pílula laranja e um disco mágico. De dentro de uma pequena caixa de plástico transparente, dividida em compartimentos de acordo com os dias da semana, consigo um elixir para a ansiedade no espaço destinado ao "domingo", fato este que considero uma antecipação anormal, no entanto, rapidamente (coisa de cinco ou seis minutos), me transformo em uma pessoa mais harmoniosa, tal qual Vinicius de Moraes com suas três doses de uísque, que o deixavam em sintonia com o mundo-cão: dizia que nascera três doses a menos e que necessitava delas para olhar o ser humano (com)paixão. Pois bem, para acertar em cheio a dor que me atormenta silenciosamente nessa época de competições esportivas, em que os cubanos insistem em levar a melhor, abro o tampão do meu baú do jazz e de lá retiro Chet Baker in Paris, gravado em Paris, durante os anos de 1955 e 56. Judas às favas, o disco é um primor por algumas razões: reúne muita música boa: Alone Together, Tenderly, Not Too Slow, Tasty Pudding, Everything Happens to Me (a única faixa em que há sua doce voz), entre outras pérolas; as fotos em sépia do álbum são belíssimas; e, por cima, o time é imbatível: Chet Baker, Francy Boland, Raymond Fol, Gerard Gustin, Dick Twardzik, Jimmy Bond, Benoit Quersin, Pierre Michelot, Pierre Lemarchand e Bert Dahlander. O disco é uma compilação ou melhor "a Selection from the Legendary Barclay Sessions 1955 - 1956".
Vale conferir na companhia de uma garrafa de Rocca, 1997.
Esteja dito.
Mendes Júnior.
* Photo by Ed van der Elsken, 1955.
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